Amor. Por muito tempo procurei entender o que era isso. A beleza que
parecia ser impossível de descrever com palavras me fascinava, e sempre me
perguntava: quando saberei o que é amar alguém?
O tempo se encarregou de trazê-lo à minha vida. Era amor, eu sabia que
era; não, não era uma paixão intensa nem apenas sentimento. Era uma escolha,
era um dom.
A verdade é que amar envolve uma decisão. Amar é dedicar-se a fazer todo
o bem ao outro, lá do fundo da alma. É compartilhar a sua vida, o seu tempo, as
alegrias e tristezas, é ser companheiro, é doar-se. Mas ele também é como uma
planta, que cresce quando cultivada, ou morre se negligenciada. Talvez você
tenha amado, e não cuidaram do seu amor; talvez você tenha feito tudo o que
podia, até o último momento, tentando ao menos sentir que aquilo tudo não foi
uma perda de tempo, e no final, percebeu que estava sozinha, amando sozinha,
cuidando e se doando sozinha, sem que cuidassem de você, sem que se doassem a
você.
O objeto do seu amor se foi, mas você ainda se vê presa aos sentimentos,
incapaz de se livrar daquilo que te fazia sorrir e que agora dói como nunca
antes. Pra você, isso nunca foi pouco, irrelevante ou pequeno, mas é inevitável
a sensação de que não fora dado o menor valor à tudo que você é. Tão intenso
quanto seus sentimentos, assim é o sofrer. Lembranças e memórias que tem
significado imenso, sensações guardadas no coração sempre voltam à mente vez
após vez, e tornam a vida pesada. Suas forças são testadas ao limite, e a vida
te prova que amar é um risco; você acha que não vai conseguir suportar sozinha,
sente-se quebrantada, e cai.
Lágrimas no meio da noite após sonhos tornarem o sono impossível. Você
chora, se desgasta, se fecha; é aí que você percebe que é inútil lutar para
tirar o amor do peito, pois ele é parte da sua alma. Esse dom puro e sincero,
que resiste à dor e decepção, não deve ser apagado, porque não depende de outra
pessoa para existir: ele é parte de você, e será entregue à outro alguém um
dia.
É quando se aceita a perda e a dor da perda, que você consegue voltar a
viver. Então você se levanta e volta a caminhar, pois é capaz disso. Não há
mais espaço para pensar em desistir, ainda há muito para se viver, e é hora de
aceitar isso. Longe da dor que cega, seus olhos finalmente se abrem, e agora
você vê a beleza daquilo que se encontra em seu coração: o imenso amor que você
tem a dar. Isso basta. isso é suficiente.
Depois que o tempo passa você aprende uma coisa: não importa mais que o amor que tinham por você acabou, ou talvez nunca houvesse existido. Porque uma coisa jamais poderão lhe tirar: o amor que está no seu coração, a sua capacidade de amar, de se entregar e se doar pelo outro, pois isso é parte de você, parte do que você é. O amor está em você, e isso é mais precioso que tudo. Triste mesmo é ser incapaz de amar alguém. Mas você sabe que não é o seu caso. Você é um dom. O amor que está aí dentro, é SEU.
Texto: M.Karma e P.Padula
Que lindo! Eu sei bem o que é isso Priscila, bjs sdds.
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